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LOGÍSTICA BRASILEIRA ENCARECE OS PRODUTOS AGROPECUÁRIOS, DIZ PRESIDENTE DA CNA


Criado: 08 Dezembro 2016 | Atualizado: 08 Dezembro 2016
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Infraestrutura portuária em dois importantes portos da China e o sistema de transporte de uma das maiores transportadoras de contêineres do mundo foram os assuntos abordados, nesses últimos dois dias, pela comitiva da Confederação da Agricultura e Pecuári

Infraestrutura portuária em dois importantes portos da China e o sistema de transporte de uma das maiores transportadoras de contêineres do mundo foram os assuntos abordados, nesses últimos dois dias, pela comitiva da Confederação da Agricultura e Pecuária Brasil (CNA) na China. O grupo visitou o Porto de Águas Profundas de Yangshan, que integra o complexo do Porto de Shangai, o maior da China, com capacidade para operar cerca de 30 milhões de contêineres por ano. Só no Porto de Águas Profundas, a movimentação é de cerca de 10 milhões de contêineres por ano. “Infelizmente, não temos no Brasil um sistema de logística similar ao da China, o que compromete nossa competitividade e encarece nossos produtos agropecuários”, afirmou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu.
A construção do terminal está prevista para ser concluída em 2015, segundo as autoridades locais. “Na China, os estudos de impacto ambiental para construção e ampliação de portos e outros empreendimento são emitidos no prazo máximo de um ano, enquanto no Brasil um projeto pode levar até cinco anos até ser autorizado”, afirma a presidente da CNA. A delegação da CNA também visitou as instalações do Porto de Tianjin, o quarto maior do mundo e o terceiro maior do país. Com calado que varia de 6 a 7 metros, nas áreas mais rasas, até 21 metros, onde a profundidade é maior, o sistema de transporte a partir do Porto de Tianjin é formado, ainda, por ferrovias e eficientes rodovias que permitem o escoamento das cargas importadas até o interior da China.
O calado dos portos brasileiros não ultrapassa, em média, 12 metros, impedindo a navegabilidade de navios com maior capacidade de transporte, que têm custos menores. Os portos chineses estão preparados para receber navios que carregam até 300 mil toneladas em cargas. No ano passado, foram descarregados no Porto de Tianjin 11 milhões de contêineres, quantidade que supera, em muito, o volume de 1,9 milhões de contêineres movimentado no Porto de Santos (SP) em 2011, o maior do Brasil. De acordo com funcionários da estatal responsável pelas operações portuárias na China, foram movimentados pelo Porto de Tianjin, em 2011, 430 bilhões de toneladas, e a expectativa é de novo crescimento em 2012, para 450 bilhões de toneladas. Cada um dos 66 pórticos de movimentação do porto chinês tem capacidade para movimentar 35 contêineres/hora.
A presidente da CNA lembra que outra diferença é o tempo de espera para carregar e descarregar os navios que chegam ao Porto de Tianjin. “Nesse porto, o tempo médio de espera é de, no máximo, três dias, no período de grande movimentação. Na maioria das vezes, esse prazo não ultrapassa um dia”, afirma. No Brasil, o tempo de espera é muito maior em função das deficiências e da burocracia que envolve o descarregamento, situação que se agrava nos períodos de escoamento da safra agrícola, quando são comuns as filas de caminhões nos principais portos brasileiros.
País onde a demanda por alimentos e outros produtos é crescente, a China está preparada para receber, cada vez mais, produtos importados. Inaugurado em 1806, o Porto de Tianjin é cercado por áreas que estão sendo construídas para garantir a ampliação das operações portuárias. Em 2012, a área total desse porto deve crescer para 121 quilômetros quadrados, ante 117 quilômetros em 2011.
Cosco – Em Shangai, a comitiva da CNA reuniu-se com Cheny Xiang, da Diretora da Cosco Container Lines, uma das mais importantes empresas de logística do mundo. A empresa, dona da quarta maior frota de navios, opera com 800 embarcações. A empresa oferece duas linhas para o Brasil – uma primeira rota liga a China ao Brasil por meio do Oceano Índico e a segunda liga Europa ao Brasil – e pensa em abrir uma terceira, oferecendo transporte de cargas entre Oriente e o Brasil. “O Brasil vai produzir mais alimentos, a partir dos investimentos em tecnologias. Queremos ampliar nossa participação no mercado externo e por isso é importante a abertura de novas rotas de transporte”, afirmou.


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