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China recusa habilitação de frigoríficos. Setor segue otimista com as exportações mesmo com tensões diplomáticas.

China recusa habilitação de frigoríficos. Setor segue otimista com as exportações mesmo com tensões diplomáticas.


Criado: 25 Março 2019 | Atualizado: 25 Março 2019
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O serviço sanitário da China recusou a proposta feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para autorizar mais frigoríficos a exportar carnes ao país asiático. As informações são do Valor Econômico.
A decisão da China frustra grandes frigoríficos como JBS, Marfrig e Minerva, que demonstravam otimismo com o resultado da visita feita por técnicos sanitários do país asiático em novembro do ano passado. Na ocasião, os chineses visitaram dez abatedouros de aves e bovinos.
No segmento, havia esperança de que as habilitações fossem até mais numerosas do que o total de plantas visitadas. Pequim chegou a sinalizar que as visitas serviriam como amostragem para as autoridades sanitárias do país apreciarem uma lista de mais de 70 abatedouros que estavam em processo mais avançado para a habilitação.
Neste momento, o relatório da visita sanitária da China está sendo traduzido no Brasil, mas fontes a par da resposta chinesa dizem que Pequim exigirá um novo plano de ação para os frigoríficos exportadores. Só depois disso o processo de habilitação de novas unidades será retomado. Com isso, as novas habilitações devem demorar mais.
Nesse processo, os frigoríficos brasileiros perdem oportunidades de ocupar -- ainda mais -- o espaço aberto pelo surto de peste suína africana na China. 0 presidente da Minerva Foods, Fernado Galletti de Queiroz, afirmou que os abatedouros atualmente habilitados estão no limite da capacidade. Hoje, 16 abatedouros de bovinos, 33 de frango e nove de suínos estão autorizados a vender carnes à China.

Questão diplomática pode ser motivador da recusa.

Além dos impactos comerciais, a decisão do país asiático levantou preocupações do ponto de vista diplomático. Uma fonte do setor privado ouvida pela reportagem teme que a postura de Pequim seja uma resposta do país às declarações hostis feitas por representantes do governo brasileiro -- inclusive o presidente Jair Bolsonaro, que criticou a China durante a campanha eleitoral.
O chanceler Ernesto Araújo provocou irritação em representantes do agronegócio ao dizer, em cerimônia no Instituto Rio Branco, que o Brasil não vai "vender a alma" para exportar soja e minério de ferro, produtos que têm a China como maior país comprador. A bancada ruralista enviou uma carta criticando as declarações.
Em meio à preocupação com a relações entre Brasil e China, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse em evento em Washington, que pretende visitar o país asiático no início de maio para ampliar o número de frigoríficos autorizados.
No médio prazo, porém, representantes do setor privado seguem otimistas com as exportações para a China mesmo com as tensões diplomáticas. "Eles vão precisar de carne no segundo semestre", afirmou uma fonte, citando a drástica redução do plantel de suínos. A China já sacrificou quase 1 milhão de animais em razão da peste suína.
Uma das fontes ponderou, ainda, que as declarações feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em Washington, podem amenizar a situação com os chineses. "Eu digo ao presidente: amamos os americanos, mas me deixe fazer comércio com quem for mais vantajoso", afirmou o ministro a investidores.
Fonte: Equipe feed&food.

Abrafrigo aguarda documento chinês para se posicionar
A Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), divulgou nota esclarecendo que somente irá se posicionar sobre a decisão do governo chinês de não autorizar a ampliação do número de frigoríficos brasileiros que exportam carnes para aquele mercado, a partir de inteiro conhecimento do teor do documento enviado à embaixada brasileira na China no ultimo dia 15. Segundo a ABRAFRIGO, o documento possui 38 páginas e ainda está sendo traduzido e, por isso, “a entidade irá aguardar a sua distribuição às entidades privadas pelo MAPA, assim como a posição do ministério sobre o assunto”. Atualmente, a China representa mais de 40% da carne bovina exportada pelo país e, na soma geral das carnes bovina, suína e de frangos, este mercado representa US$ 14,7 bilhões anuais nas exportações brasileiras. “Não temos conhecimento, ainda, de nenhuma alegação técnica do governo chinês para este posicionamento, o que virá somente com o final do trabalho de tradução”, disse o Presidente Executivo da entidade, Péricles Salazar.

Assessoria de Imprensa ABRAFRIGO




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