Vai vender mesmo? Fatia do BNDES na JBS valorizou R$ 10 bi em 2019
O banco estatal estuda vender sua participação no frigorífico e mudar seu foco de atuação. Mas para isso pode ter que abrir mão de muito dinheiro
A JBS, maior produtora de carne do mundo, valorizou 170% na bolsa desde o início do ano, chegando a um valor de mercado de 80 bilhões de reais. Mas pode ir ainda mais longe, segundo relatório do banco Credit Suisse. E isso é promessa de acaloradas discussões sobre o papel do estado neste processo.
O Credit Suisse afirmou em relatório do inicio da semana que o frigorífico ainda tem muito espaço para avançar na Bolsa. Impulsionada pelo surto de febre suína africana, que prejudicou rebanhos na China e aumentou as exportações de frigoríficos brasileiros, a JBS foi a empresa que mais ganhou valor de mercado desde o início do ano, com alta de 170%. O Ibovespa, principal índice da B3, acumula uma valorização de 16% desde o começo do ano.
Entre os acionistas que ganham com a valorização está o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém cerca de 21% de participação na empresa. Ou seja: só em 2019 a fatia do banco estatal na JBS valorizou 10 bilhões de reais. É tanto dinheiro que embaralha uma das bases da política econômica do governo: a redução do papel do estado.
Nos últimos meses, Jair Bolsonaro defendeu com fervor a abertura de uma suposta “caixa preta” na autarquia. Seria para escancarar os desperdícios com dinheiro público em governos do PT. Imagina-se que a JBS estaria na tal Caixa. A companhia controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista recebeu cerca de 8 bilhões de reais do governo entre 2007 e 2012 segundo o próprio BNDES. A companhia e seus controladores estão envolvidos nas mais variadas investigações – que apuram de empréstimos irregulares a uso de informação privilegiada.
Parte dos investimentos do BNDES ainda estão sendo investigados por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o que levanta dúvidas sobre o papel do BNDES e sobre quanto o banco ganhou ou perdeu com esses gigantes nacionais. Mas a fatia na JBS agora vale 16 bilhões de reais. E agora?
Em junho EXAME revelou que vender as ações no frigorífico era uma prioridade para o novo presidente do banco, Gustavo Montezano. As ações valiam, à época, 12 bilhões de reais. A relutância já rendeu 4 bilhões de reais.
Vender as ações agora tampouco parece uma boa ideia. O Credit Suisse espera resultados fortes da JBS independentes da febre suína e colocou o preço-alvo da ação a 40 reais, cerca de 30% acima do valor negociado hoje. A previsão é que os resultados continuem a melhorar. A companhia reverteu o prejuízo do segundo trimestre de 2018 e alcançou lucro de 2,2 bilhões de reais entre abril e junho deste ano.
Na análise do Credit Suisse, o frigorífico deve continuar apresentando resultados fortes que levarão a geração de caixa. “Acreditamos que o caso de investimento da empresa atende aos critérios de muitos investidores, uma vez que possui uma posição de mercado líder nos segmentos em que atua, muitas oportunidades de crescimento e uma equipe de gerenciamento experiente, focada em capturar sinergias e melhorar retornos”, escreve em relatório.
Fonte: Exame
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