Celso Ricardo faz manifesto em prol do Produtor Rural e do Agro Brasileiro
Prezados, venho através desse manifesto, solicitar uma maior atenção por parte de todos (Presidente da República, Senadores, Deputados Federais, FPA (Frente Parlamentar Agropecuária e Ministério da Agricultura) para com os problemas que o agro brasileiro vem enfrentando. Nós que trabalhamos direta e indiretamente junto ao Agro Brasileiro, temos notado que, o foco do Ministério da Agricultura nos últimos anos, tem girado em torno apenas de situações pontuais, como por exemplo: uma safra recorde, de uma exportação recorde e agora do Plano Safra, porém, esse tipo de comportamento, tem servido apenas para colocar os reais problemas do agro brasileiro para debaixo do tapete fazendo com que os mesmos, passem desapercibidos.
Quando analisamos a atual situação da balança comercial, hoje, devido ao fato de o agro ter exportado mais do que importado, situação essa que não caracteriza que o agro brasileiro tem vivido dias tranquilos, muito pelo contrário, acabamos em certo momento, passando uma situação positiva para o setor, esquecendo as crises que estão instaladas junto ao agro e que por muito tempo estão esquecidas. O Agro Brasileiro vem sobrevivendo a muito tempo as custas do homem do campo, que hoje, se encontra abandonado e sem suporte por parte do Ministério da Agricultura e da FPA, que seguem focando suas atenções apenas nas grandes empresas e nas grandes propriedades rurais. E o Plano Safra confirma isso, pois temos uma oferta maior de dinheiro para os grandes com uma maior redução de juros frente ao que foi oferecido para pequenos e médios produtores rurais. Sem falar é claro na dificuldade de acesso dos pequenos e grandes aos financiamentos previstos pelo Plano Safra.
O Brasil, pode obter resultados muito maiores e mais expressivos do que os que estamos tendo na atual situação junto aos mercados nacionais e internacionais para os produtos agrícolas, precisamos apenas focar mais no campo. Podemos dobrar a nossa capacidade produtiva em médio prazo em todos os setores que compõem o agro brasileiro, mas para que isso aconteça, precisamos mudar a gestão do Ministério da Agricultura. Precisamos deixar de lado o atual modelo de gestão político partidária e começar a trabalhar com uma gestão técnica profissional focada nos resultados e indicadores de cada setor que compõem o agro brasileiro, a partir de estudos, análises e ações, baseadas nas características de cada região, independentemente da vontade dessa ou daquela empresa ou pessoa.
Precisamos oferecer melhores condições para pequenos e médios produtores rurais e empresas que atuam frente ao agro brasileiro. De nada adianta fazer marketing frente a uma maior oferta de dinheiro se o acesso for complicado. Se analisarmos o agro brasileiro, podemos notar dentro da sua composição (campo, indústrias e mercados), que os problemas que atrasam o desenvolvimento do setor estão lincados ao posicionamento do atual modelo de gestão do ministério da agricultura e não do agro propriamente dito.
O Agro Brasileiro apresentou, no período 2019/2020, um resultado referente ao PIB nacional de 21,1%, bom, mas pode ser muito melhor. Se tivermos igualdade, equilíbrio, representatividade, marketing e estabilidade junto as oportunidades de mercado e de incentivos para o desenvolvimento do setor, os resultados do Agro Brasileiro podem chegar a 50% do PIB nacional. Se tivermos um bom estudo de mercado e transformarmos esse estudo em programas nacionais fomentando todas as cadeias, melhorando a produtividade, produção, produto e os resultados, vamos conseguir em curto prazo melhorar a vida do produtor rural brasileiro.
Prezados,
o produtor rural brasileiro, vem passando por dificuldades e adversidades ano após ano, precisamos de mais atenção junto ao campo. Se analisarmos o atual cenário nacional e internacional para o agro, vamos chegar aos caminhos que levam ao campo e aos mercados. Faltam programas específicos para o desenvolvimento do campo e como exemplo, posso citar a cadeia produtiva da carne bovina brasileiro, em especial a pecuária de corte. Hoje o Brasil não precisa se preocupar em aumentar o rebanho nacional, por exemplo, mas sim focar em um programa nacional para desenvolvimento genético do rebanho bovino brasileiro. Quanto maior for a produtividade de carne por animal abatido e a qualidade da carne produzida, vamos conseguir diminuir os custos e aumentar o valor agregado por kg de carne comercializada, ou seja, vamos conseguir melhorar o resultado do produtor rural e do agro brasileiro. O campo pede socorro em toda a sua extensão. As indústrias frigoríficas estão cheias de assistência, auxílio e privilégios por parte do Ministério da Agricultura e do Governo, em especial as grandes do setor. Realidade essa bem diferente das demais empresas do setor.
Temos também incentivos para a importação do leite, mas em contrapartida, temos um produtor de leite esquecido pelo Ministério da Agricultura, passando por necessidades e a beira de fechar as porteiras de suas propriedades rurais. Temos o produtor de cacau no sul da Bahia que também este esquecido pelo Ministério da Agricultura e sem uma solução para os seus problemas. Vale lembrar que os problemas enfrentados pelo produtor de cacau, não são e nunca foram causados por ele, mas sim por criminosos que implantaram a vassoura de bruxa e que ainda se encontram impunes.
Ainda temos os problemas que envolvem o mercado internacional, que são tão preocupantes como os demais. Não temos uma bandeira que represente o Agro Brasileiro. A representatividade fica a cargo de siglas, associações e federações. Essa situação beneficia somente as grandes empresas do Agro. Os melhores contratos e negociações acabam ficando nas mãos de poucos, causando assim um desequilíbrio total no desenvolvimento do setor. Hoje podemos dobrar a nossa capacidade produtiva aumentando assim a nossa participação frente ao mercado internacional se tivermos equilíbrio e igualdade de informações frente as exigências do mercado internacional. A exportação de carne bovina é um exemplo dessa falta de informações e acesso ao mercado de exportação. Os melhores negócios e contratos estão sempre à disposição dos associados da Abiec. Devido ao simples fato que é ela a Abiec que representa a cadeia produtiva da carne bovina brasileira frente ao mercado internacional.
Isso é justo? É claro que não, a Abiec representa os seus associados e não a Cadeia Produtiva da Carne Bovina Brasileira.
Precisamos abrir o mercado de exportação de proteína animal como um todo para todos. Assim como o mercado de grãos não podem ficar nas mãos das TRAIDINGS apenas. Precisamos acabar com os oligopólios e cartéis que existem frente ao mercado internacional para o Agro Brasileiro. Precisamos ter um Ministério da Agricultura trabalhando de forma imparcial e em duas frentes: CENÁRIO INTERNO e CENÁRIO EXTERNO.
No Cenário Interno, precisamos lincar as Secretarias de Agricultura dos Municípios e dos Estados junto ao Ministério da Agricultura para podermos não somente entender como também agir frente às necessidades regionais de cada município e estado. Precisamos reciclar essas siglas que atuam junto ao Agro Brasileiro para podermos diminuir e desobstruir os caminhos do campo até o Ministério da Agricultura, sem falar é claro na redução dos custos para o produtor rural, deixando ele de sustentar siglas que pouco ajudam e às vezes mais atrapalham o desenvolvimento do Agro Brasileiro.
Não podemos mais ter, por exemplo, no Brasil três tipos de fiscalização sobre a produção de produtos de origem animal (SIM, SIE e SIF). É preciso oferecer aos produtores, indústrias e agroindústrias, condições iguais frente aos mercados nacionais, que a muito tempo é o maior cliente do Agro Brasileiro. O Brasil é um país altamente produtivo, temos terras férteis, água em abundância e um clima extremamente favorável para o desenvolvimento do Agro Brasileiro, logo, precisamos de condições iguais para todos aqueles que produzem alimentos de norte a sul do país. Fato esse que hoje não funciona assim. Não podemos mais “tapar o sol com a peneira” como se diz no campo, afirmando que temos uma exportação recorde e uma safra recorde apenas, o agro brasileiro não aceita mais monitoramento, acompanhamento e estudos. Não temos mais tempo para nos posicionarmos apenas como meros espectadores do agro. Precisamos agir. A posição de Ministro da Agricultura do Brasil é importante e não aceita passividade, precisamos de um ministro da agricultura com autoridade, conhecimento, equipe e com atuação.
Precisamos ter no Ministério da Agricultura, uma equipe forte em todos os escalões. Precisamos ter um ministro da agricultura que busquem sempre os interesses do agro em primeiro lugar. Todos nós conhecemos o agro brasileiro e sabemos os problemas que o setor vive a muito tempo. O Brasil, segundo a FAO, pode ser o país que vai sustentar o mundo com relação à produção e comercialização de alimentos, mas se seguirmos agindo da forma que estamos agindo, sem apoio, assistência, incentivos e igualdade comercial, não vamos conseguir assumir essa posição frente ao mercado mundial. O Brasil “PODERÁ SER O CELEIRO DO MUNDO” ainda não somos, na realidade estamos longe disso. Para chegarmos a esse estágio, precisamos olhar melhor e com mais atenção para o campo, precisamos olhar mais e melhor para a agricultura exitencisa, para a agricultura familiar, para a pecuária de corte, para a pecuária de leite e para as agroindústrias. Precisamos desenvolver uma bandeira forte que represente o nosso produtor rural e precisamos fazer com que o mundo conheça a força do agro brasileiro e não de uma associação ou federação. Se tivermos uma representatividade e marketing maior e melhor frente ao mercado mundial, podemos fazer com que os volumes exportados aumentem favorecendo assim o desenvolvimento do mercado interno. Uma ação conjunta frente aos dois mercados desenvolverá a economia em toda a sua extensão, aumentando assim os empregos diretos e fazendo com que a economia dos pequenos e médios municípios melhore.
AGRO BRASILEIRO ainda pode crescer muito, mas se não mudarmos as nossas ações, atitudes e posicionamento frente ao setor, vamos seguir vivendo os mesmos problemas e resultados que atrasam o desenvolvimento do setor. Podemos e precisamos fazer mais e melhor, mas precisamos que o comportamento do ministério da agricultura mude frente às necessidades e anseios do setor. Quero como RELATOR DESSE MANIFESTO, deixar uma visão real do AGRO BRASILEIRO e de suas necessidades não atendidas frente ao atual modelo de gestão do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) político partidário que vem beneficiando apenas uma pequena parte de empresas e setores, deixando de lado a maior parte do agro de lado. Precisamos mudar esse modelo de gestão para que o AGRO BRASILEIRO MUDE SEUS RESULTADOS.
Vejamos:
AGRO BRASILEIRO
• PIB 2019/2020 21,1% – Gestão Político Partidária
• PIB FUTURO ATÉ 50% – Gestão Técnico Profissional
• Balança Comercial – Não pode servir como um balizador real dos resultados do agro, não podemos apenas tomar como informação importante o que estamos exportando e/ou importando. Precisamos levar em conta os resultados obtidos frente as operações que envolvem o mercado interno, pois o mesmo, vive os reflexos reais das negociações internacionais e da globalização. Temos a comercialização de boa parte dos produtos do agro na moeda nacional, porém, existem os insumos que boa parte deles são comercializada em dólar. Essa diferença no que se refere a variação cambial, interfere muito no resultado do produtor rural brasileiro, tornando-o cada vez menos competitivo frente ao produtor rural de outros países.
SITUAÇÕES A SEREM AVALIADAS JUNTO AO AGRO BRASILEIRO EM ESPECIAL AO PRODUTOR RURAL
1. AGRICULTURA: Precisamos de uma política específica para cada cultura brasileira. Não podemos mais ter uma política agrícola única para o desenvolvimento do AGRO BRASILEIRO. O Brasil é um país continental, e devido a essa situação precisamos levar em consideração, quando o assunto é o AGRO, as diferentes regiões que compõem o Brasil e suas variações climáticas. Por exemplo, a cultura do arroz no rio grande do sul, não pode ter suas especificações baseadas no mesmo tipo de política agrícola do soja no Mato Grosso. Temos o problema do produtor de cacau no sul da Bahia, que precisa de uma posição diferente sobre o seu endividamento e safra quando comparado ao produtor de milho no Mato Grosso do Sul. A grande questão hoje no que se refere ao Agro Brasileiro não está ligada única e especificamente a oferta de dinheiro barato para os financiamentos das safras, conforme se coloca na hora do anúncio do plano safra, mas sim, como serão negociados os problemas do campo e extracampo (variação cambial, problemas climáticos, etc…) que podem vir a comprometer uma safra inteira, proporcionando assim um maior endividamento do produtor rural. Precisamos estar um passo a frente sempre.
o Precisamos criar um sistema diferenciado de assistência junto ao produtor rural brasileiro. Os grandes eventos e inovações que acontecem hoje no Brasil, não podem ser definidos como base para informações em nível de Brasil, pois são acontecimentos pontuais. O produtor rural do nordeste, precisa, com base na sua cultura e clima, ser tão produtivo quanto os produtores rurais do centro-sul do país. Cada qual com suas características e culturas. Mas precisamos criar um modelo de assistência capaz de tornar o Brasil, altamente produtivo em toda a sua extensão territorial.
Precisamos desenvolver uma lei de incentivos, capaz de mudar as condições, a produtividade, e a qualidade dos produtos do Agro Brasileiro. Por exemplo, se tivermos uma lei de incentivos que favoreça em termos gerais a compra de equipamentos a custos mais baixos para o produtor rural, podemos aumentar a produtividade e a comercialização, fazendo com que a arrecadação aumente, já em contrapartida, o aumento da comercialização vai gerar mais valores as econômicas dos municípios, compondo assim a queda nos juros para a aquisição de novos equipamentos para as lavouras. Retira-se de um lado, porém, coloca-se do outro.
o Garantia de um preço mínimo justo para os produtos gerados no campo. A considerar os custos fixos, custos variáveis, investimentos e margem de lucro.
OBSERVAÇÃO I:
Não podemos mais desenvolver condições em termos de agricultura com base apenas em uma política específica para todas as culturas do agro. O Brasil é um país com dimensões continentais, por isso, fatores como variação climática e culturas precisam ser tratadas de forma diferente por região.
O problema do campo não se resolve apenas com oferta de dinheiro barato para custear a safra (Plano Safra), essa situação da maneira que vem sendo tratada há anos, só tem contribuído para o aumento do endividamento do produtor rural. O que precisamos é oferecer condições melhores para o desenvolvimento do campo, mas com o amparo e condições melhores por estarmos falando de uma empresa que atua a céu aberto.
2. AGRICULURA FAMILIAR: A situação da agricultura familiar é ainda mais complicada. O Brasil hoje pode ser dividido para maior exemplificação em duas partes, quando queremos definir o programa de agricultura familiar. Temos o Sul bem desenvolvido e o Norte ainda subdesenvolvido. A parte Sul do Brasil, bem desenvolvida e com condições de produção e assistência melhores que a parte norte do país, que vive abandonada e a “mercê” de aproveitadores. Precisamos de um modelo de fiscalização e de auditorias mais atuante no Brasil junto ao programa de agricultura familiar.
o Existe a necessidade hoje de uma fiscalização maior por parte do ministério da agricultura e ministério público junto aos programas de paa (programa de aquisição de alimentos) e também pnae (programa nacional de alimentação escolar), principalmente no que diz respeito à compra de alimentos e repasse para os municípios carentes.
o Temos falta de assistência técnica especializada junto aos assentamentos pelo Brasil e isso dificulta o desenvolvimento do pequeno agricultor. Consequentemente, haverá um prejuízo frente suas condições e necessidades de sustentabilidade junto a sua propriedade rural. Vale lembrar que, quanto menos condições o pequeno e médio produtor rural tiver, maior será o êxodo para os grandes centros.
o A questão frente à agricultura familiar não esta lincada a falta de verba apenas, muito pelo contrário, a verba até existe, porém, o que está faltando é controle sobre a mesma. Se analisarmos os municípios que estão posicionados no centro-norte do país, poucos possuem um programa de agricultura familiar desenvolvido. E uma situação dessas não prejudica apenas o pequeno produtor rural, mas junto dele, temos os prejuízos junto aos pequenos municípios, economicamente falando.
OBSERVAÇÃO I:
O programa para a agricultura familiar pode ser a base para a sustentabilidade não somente dos pequenos produtores rurais, mas sim de muitos pequenos municípios brasileiros. Mas para que isso aconteça, precisamos começar a agir frente a muitas situações que hoje comprometem o sucesso desse programa. Precisamos garantir aos pequenos produtores rurais acesso aos programas de financiamento oferecidos no através do Plano Safra, por exemplo. Os pequenos produtores rurais não possuem, em sua grande maioria, condições para abastecer os maquinários. Na prática a falta de desenvolvimento junto à produção de orgânicos no Brasil. Essa produção pode melhorar a condição financeira do pequeno produtor, haja vista que, esse tipo de produto possui um valor agregado maior. Podemos melhorar muito a vida do pequeno produtor rural brasileiro, basta apenas tomarmos alguns cuidados e colocarmos em prática todos os tipos de assistência e acompanhamento que o programa para a agricultura familiar precisa.
3. PECUÁRIA DE CORTE: O maior problema junto à cadeia produtiva da carne bovina brasileira, esta direcionada a qualidade do rebanho nacional. O setor nunca teve um programa a nível nacional, para desenvolvimento e melhoramento genético específico e de fácil acesso a todos para o rebanho bovino nacional. Somos o maior exportador de carne do mundo? Mas esse resultado reflete benefícios apenas a um pequeno grupo de beneficiados no Brasil. Essa situação não reflete a realidade do setor. Temos uma taxa de desfrute muito baixa, quando comparamos os resultados dos nossos maiores concorrentes frente a comercialização de carne no mercado externo (EUA e Austrália). O foco do Brasil hoje precisa ser direcionado para o aumento de produção de carne por bovino abatido e na qualidade da carne. Temos um grande volume de carne bovina exportado, mas e o valor agregado? Garanto a todos que hoje, o Brasil não precisa se preocupar em aumentar o rebanho bovino nacional, precisamos focar em um programa que incentive e ofereça conhecimento ao produtor rural para que ele possa melhorar a qualidade do seu rebanho.
o Precisamos criar um programa de incentivos ao desenvolvimento genético nacional para o rebanho de corte, com foco direcionado aos pequenos e médios produtores rurais. Para que serve a Embrapa Pecuária de Corte? Precisamos usar dos estudos dessa entidade para desenvolver o rebanho de corte nacional. Com custos menores e subsídios dessa instituição para implantarmos o programa nacional de melhoramento e desenvolvimento genético. No Brasil, abatemos em média 88 mil cabeças de bovinos por dia (em situações normais de oferta e procura), porém quando analisamos a qualidade dos animais abatidos, podemos ver que praticamente 75% desses animais estão abaixo da qualidade necessária, seja com relação ao rendimento de carcaça como também a qualidade dos cortes dos cortes oferecidos pela mesma, impactando direto no resultado financeiro dos negócios, tanto para pecuarista como também para os frigoríficos. E essa situação, vem oferecendo aos grandes frigoríficos, como, por exemplo a JBS, Marfrig e Minerva, condições para importação de carne bovina para atender os mercados nacionais mais exigentes. E porque não desenvolver o rebanho nacional para podermos ter uma matéria prima melhor, e sendo assim, atendermos os melhores mercados nacionais (com margens de lucro ainda em crescimento), proporcionando maior lucro para o produtor rural brasileiro?
o Precisamos de um programa nacional com foco na orientação para o melhor manejo junto às propriedades rurais. Precisamos melhorar dentro de toda a sua extensão, o programa de bem estar animal, e os trabalhos começam ainda no campo. O acesso às informações com base nesse tipo de programa ainda estão nas mãos de poucos produtores rurais, em especial os grandes. Precisamos levar conhecimento aos pequenos e médios produtores rurais brasileiros para que eles possam melhorar a qualidade do seu rebanho e assim, obter melhores resultados financeiros na hora da venda junto aos frigoríficos.
o Um grande vilão junto às propriedades rurais e que precisa ser entendido e controlado se chama custos. Precisamos focar na redução constante dos custos, mas para que haja uma redução inteligente nos custos, precisamos começar a entender que o produtor rural não produz boi, mas sim carne. Mas antes de se produzir carne, precisamos começar a entender como produzir pasto de qualidade. Quanto maior for a qualidade e a quantidade de pasto produzida, menor serão os custos nas propriedades rurais. Mas para que esse fator, de desenvolvimento possa ser implantado junto a todas as propriedades rurais brasileiras (pequenas, médias e grandes), precisamos desenvolver um sistema nacional para fomento e desenvolvimento de adubos. Hoje no Brasil, temos grandes empresas que dominam o setor, e o grau de importação é alto, e como temos no fator dólar um grande influenciador para o aumento dos custos, precisamos desenvolver um sistema de produção de adubos nacional. O Brasil possui essa capacidade, só precisamos de um programa de fomento e de interesses por parte de todos.
OBSERVAÇÃO I:
Quando nos referimos à produção de carne de qualidade, precisamos entender que esse produto é produzido na fazenda e não no frigorífico. Por isso a necessidade de investimento no campo. Se não tivermos uma matéria prima de alta qualidade a nossa carne não vai conseguir ter um maior valor agregado na hora da comercialização junto aos mercados nacionais e internacionais. Somos o maior exportador de carne bovina do mundo, mas a maneira como o mercado de exportação é divulgado e trabalhado no Brasil é injusto e protecionista para as grandes empresas e associações (Oligopólios e Abiec). Podemos crescer muito ainda frente ao mercado mundial, tanto em volume como em faturamento. Mas para que isso aconteça, precisamos olhar mais para o produtor rural. Quem já não ouviu falar da cobrança de quebra de frio que alguns frigoríficos cobram dos pecuaristas? Quem já não ouviu falar das limpezas forçadas de carcaças junto às salas de abate? Quem já não ouviu falar dos problemas gerados dentro das salas de abate junto as balanças? Hoje em dia, o pecuarista brasileiro, tem em média um prejuízo de 12 Kg junto a sua carcaça, quando comercializa seus animais junto aos frigoríficos. Existem profissionais no Rio Grande do Sul que dizem que esses números são muito maiores.
Mas vejamos o seguinte:
• 12 kg de carcaça perdidos entre quebra de frio, toalete e balança.
• 88 mil cabeças de gado abatidas no Brasil por dia.
• Preço médio da @ 190,00.
• Logo teremos um prejuízo para o pecuarista e para o estado de: R$ 1.056.000,00/dia.
• Multiplicamos esse valor por mês (22 dias trabalhados): R$ 23.232.000,00/mês.
• Multiplicamos esse valor agora por um ano: R$ 278.784.000,00/ano.
Os prejuízos que assolam o produtor rural brasileiro são enormes e ninguém, eu repito, ninguém olha e atua a favor do produtor rural brasileiro.
OBSERVAÇÃO II:
É preocupante o que vem acontecendo dentro das salas de abate de bovinos no Brasil. Tivemos um episódio lamentável ainda na época da gestão desastrosa do Blairo Maggi como ministro, onde o mesmo, a partir do comando da abiec frente ao mercado dos Estados Unidos para a carne bovina in natura brasileira (que diga-se de passagem só foi aberto para benefício dos grandes frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva), decidiu, com base em sua ignorância sobre o assunto, intervir mudando a maneira de fiscalização junto as carcaças bovinas dentro da sala de abate, devido a aparência de resíduos de vacina na carne exportada para os Estados Unidos. Precisamos lembrar que o mercado americano não foi aberto para beneficiar a cadeia produtiva da carne bovina brasileira, mas sim, para beneficiar os 3 grandes frigoríficos apenas, que são: JBS, Marfrig e Minerva. O Estados Unidos da América são um dos nossos maiores concorrentes frente ao mercado mundial de carne bovinas, logo, quase tivemos problemas frente ao mercado mundial pelo simples fato de os americanos colocarem em dúvida a qualidade da nossa carne. Na minha visão, o Brasil precisaria se posicionar e suspender a exportação de carne para aquele país, devido ao alto risco que o nosso produtor está enfrentando. Os pecuaristas e alguns senadores daquele país, frequentemente se posicionam contra a importação de carne bovina brasileira para o comercial americano alegando que a nossa carne é de baixa qualidade. Esse fator pode criar problemas futuros frente ao mercado mundial, caso algum problema seja detectado frente ao nosso produto. Alguns inconsequentes alegam que a carne bovina brasileira precisa desse atestado de venda para os Estados Unidos para crescer frente ao mercado mundial. Mentira, nossa carne não precisa desse status para crescer frente ao mercado mundial, o que precisamos é de um sistema que divulgue e ofereça de forma igual para todos as exigências do mercado mundial e acabemos de imediato com os oligopólios que existem no Brasil e também com o domínio da Abiec frente as negociações internacionais para a carne bovina.
OBSERVAÇÃO III:
Quem sabe informar onde foi parar a carne bovina in natura de vaca produzida no Brasil? Sim, o pecuarista brasileiro comercializa a suas fêmeas para o abate, recebendo o preço pela @ referente à fêmea (que é mais barato que o macho) junto aos frigoríficos e no final, essa matéria prima transformada (cortes à vácuo) é comercializada como macho. No Brasil, o abate de fêmeas por ano tem um percentual de 30% do total de animais abatidos, e onde foi parar essa carne? Porque os frigoríficos lucram com esse negócio e os pecuaristas ficam de fora dessa maior lucratividade? A margem de lucro de alguns frigoríficos que praticam esse tipo de operação é extremamente alta, mas em contrapartida, os pecuaristas não conseguem ter nenhum tipo de lucro com essa operação. Precisamos de uma maior fiscalização por parte do ministério da agricultura junto aos frigoríficos. Estamos querendo tirar a responsabilidade dos SIF local, atribuindo um monte de cuidados que antes era dos SIF para as empresas e esse tipo de mudança não tem gerado nenhum benefício para o setor. Precisamos voltar a atuar com mais rigor frente aos documentos, mostrando uma maior transparência entre compra e venda, onde não haja favorecimento aos frigoríficos e descaso para com o pecuarista brasileiro.
OBSERVAÇÃO IV:
Precisamos estar atentos ao programa de brucelose e tuberculose, pois o mesmo está sendo realizado junto aos frigoríficos na hora de abate. Os testes para brucelose e tuberculose, precisam ser realizados por veterinários ainda na propriedade rural. Caso o problema seja detectado, o animal é marcado com um “T” e encaminhado para o abate específico e o estado indeniza o produtor rural. Situação essa que não está acontecendo à nível de Brasil.
4. PECUÁRIA DE LEITE: O produtor de leite brasileiro está no esquecimento há muito tempo, na realidade, desde a última eleição. A causa do produtor de leite só é lembrada na hora que se precisa de voto. Esse setor é o único no Brasil que comercializa seu produto sem saber qual será o preço pago ao produtor rural. Em média, o setor apresenta um custo de produção na ordem de R$ 1,20 e na hora de receber o produto, em alguns lugares do Brasil, o produtor rural recebe R$ 0,80. Como sobreviver a uma situação como essas? E o pior, o ministério da agricultura, ainda oferece condições para que as grandes empresas importem leite para atender a demanda nacional, fator esse que achata o produtor de leite brasileiro e coloca em risco uma atividade tão importante para o Brasil, porém, tão mal administrada pelo Ministério da Agricultura.
o Precisamos da antecipação do preço a ser pago pelo leite para o dia 25 do mês anterior ao fornecimento.
o Pagamento até o dia 05 do mês subsequente da entrega.
o Margem compatível no produto dentro da cadeia produtiva, de acordo com a importância de cada elo da cadeia produtiva e particularmente aquele que fornece a matéria prima, o produtor de leite.
o Defesa Comercial: precisamos garantir ao produtor de leite brasileiro as mesmas condições de competitividade dos outros países, carga tributária, taxas de juros, legislação trabalhista, legislação ambiental, etc.
o Solução para o comprometedor nível de endividamento do produtor de leite brasileiro, securitização.
o Concessão de incentivos fiscais apenas para o leite produzido no Brasil
o Marketing positivo sobre o consumo de leite a nível nacional, valorizando-o como um alimento saudável e incentivando o seu consumo.
o Programas governamentais de suplementação apenas com leite produzido no Brasil junto às esferas federais, estaduais e municipais.
OBSERVAÇÃO I:
Leite de qualidade se produz na propriedade rural, porém, o produtor rural não tem conseguido apoio ou atenção por parte do Ministério da Agricultura e nem da frente parlamentar agropecuária, que mantido o foco apenas junto aos grandes laticínios. O produtor de leite na realidade tem apenas assumido o ônus do negócio e o bônus tem ficado apenas para as grandes empresas do setor que possuem leis e incentivos que favorecem o seu desenvolvimento e situação financeira econômica, protegendo assim qualquer movimento negativo que possa a vir a causar qualquer dano para a sua operação como laticínio.
OBSERVAÇÃO II:
Faz-se necessário que a pasta do leite seja reativada junto ao ministério da agricultura como responsável por acompanhar as operações do setor a nível nacional, balizando assim o preço mínimo justo por região produtora.
OS INCENTIVOS E A PREOCUPAÇÃO DIRECIONADOS APENAS PARA AS EMPRESAS, MAS ONDE FICA O PRODUTOR RURAL?
Há muito tempo, é possível notar que surgem muitas empresas atuando junto ao agro brasileiro, muito por conta dos incentivos que as mesmas conseguem frente ao governo, porém, também é correto afirmar que muitas empresas fecham suas portas com a mesma velocidade. Eu pergunto: porque tanto subsídio para as empresas? Porque não oferecemos um pouco mais de condições para o produtor rural brasileiro?
Vale lembrar que empresas ligadas ao agro brasileiro, não fecham as portas por problemas ligados a governos e/ou situação econômica global, o maior problema hoje encontrado em empresas que fecham suas portas está na gestão inadequada implantada em seus negócios. Sempre as melhores condições são oferecidas para as grandes empresas que atuam junto ao agro brasileiro (Frigoríficos, trainings, etc…). Incentivos fiscais, descontos de dívidas, favorecimentos frente aos melhores mercados, etc. Situação essa injusta frente ao produtor rural. A grande maioria das grandes empresas do setor, além dos benefícios, tem um fator que influencia positivamente nos seus resultados, referentes a sua comercialização, pois, a aquisição da matéria prima é baseada no fator moeda local e a sua comercialização é baseada no valor do dólar. E o mais absurdo, mesmo com todas essas regalias por parte do governo junto a essas empresas, mesmo assim, essas empresas não conseguem fechar suas contas. Está mais do que na hora de começarmos a olhar para as pequenas e médias empresas do setor do agro brasileiro. São essas empresas que podem oferecer uma melhor condição de negócio para o produtor rural brasileiro. Já passou da hora de o Brasil, se preocupar em oferecer linhas de créditos mais fáceis para as pequenas e médias empresas que atuam junto ao agro brasileiro. Se quisermos nos desenvolver com segurança e solidez, precisamos investir no pequeno e no médio produtor rural e empresas.
Hoje no Brasil, as grandes empresas massacram os pequenos e médios empresários, criando verdadeiros cartéis nas compras e nas vendas. A influência de mercado dessas grandes empresas prejudica o desenvolvimento comercial do país. Existem situações onde as grandes empresas, por terem um aporte financeiro por parte do BNDES e do governo muito grande e sem preocupação de pagamento desses subsídios, acabam comprando algumas empresas do setor apenas para manter as portas fechadas e diminuir a concorrência. É o caso que acontece com a JBS, frente a vários frigoríficos brasileiros que a mesma comprou ou arrendou somente para manter fechado. Será que isso é uma situação digna para o Brasil? O que tem feito o ministério da agricultura para diminuir esse problema? O que tem feito a frente parlamentar agropecuária para acabar com esse problema? Esse fator de domínio das grandes empresas é extremamente prejudicial para o Brasil e precisa ser revisado e resolvido urgentemente.
MERCADOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS PARA O AGRO BRASILEIRO
O Brasil, é um dos maiores cliente para os produtos do agro nacional, correto? Porém, o mercado externo vem oferecendo condições de crescimento para os produtos do agro com muita frequência, tanto no que diz respeito a volume como também a valor agregado. Fator como alto poder aquisitivo da população do crescimento da mesma a nível mundial vem apresentando situações favoráveis para o desenvolvimento do setor e também para investimento no mesmo. Devido a esses fatores, precisamos desenvolver um programa de incentivo ao consumo e valorização dos produtos do agro no mercado interno e também no mercado externo. Precisamos valorizar mais os nossos produtos frente a um mercado que não para de crescer. Não importa se produzimos leite ou soja, ambos precisam ser bem valorizados e desenvolvidos frente aos mercados nacionais e internacionais.
Infelizmente é correto afirmar que, o Ministério da Agricultura não possui domínio junto aos mercados de exportação. Essa determinação de quem, quando, onde, quanto e de quem pode exportar, fica a cargo dos interesses pessoais e financeiros envolvidos no negócio. O Brasil é um país do agro, e eu não vejo medidas desenvolvidas e implantadas para o desenvolvimento do país com foco no seu maior potencial, que é o agrícola.
Precisamos abrir o mercado de exportação de forma igual para todos, precisamos acabar com os privilégios e benefícios que existem. Não podemos mais permitir que associações e/ou federações possuam as informações mais relevantes frente aos melhores mercados mundiais, nem tão pouco permitir que as mesmas “REPRESENTEM” o agro nacional e seus interesses. O agro brasileiro precisa de uma bandeira própria, sem interferências ou privilégios para essa ou aquela empresa. Quanto mais exportarmos, melhores serão as condições do mercado interno. Por isso, necessitamos de um programa nacional para desenvolvimento do mercado de exportação para os produtos do agro brasileiro. Sem atravesadores, negócios diretos do campo até os melhores mercados internacionais. Muitos empresários e produtores rurais, ainda acreditam que o mercado de exportação foi feito para os grandes, foi essa a mensagem que por muito tempo foi passada e está na hora de acabar.
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE E TUBERCULOSE ANIMAL
Precisamos revisar e implementar as medidas de controle junto ao programa nacional atual, garantindo assim um maior controle e redução de casos de brucelose e tuberculose no Brasil.
PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE A VERMINOSE
Juntamente com a revisão do programa nacional de controle e erradicação da brucelose e tuberculose, o Ministério da Agricultura em ação conjunto com os Ministério da Saúde e do Meio Ambiente, precisam desenvolver um programa nacional de controle de cisticercose. A cisticercose é uma parasitose silenciosa e de difícil diagnóstico. O produtor rural só percebe a doença no seu rebanho apenas no abate de seus animais durante a inspeção sanitária. Depois de identificada, o prejuízo financeiro é imediato.
VACINAÇÃO CONTRA A FEBRE AFTOSA E O STATUS DE LIVRE SEM VACINAÇÃO
É preciso que fique bem claro para todos que, a busca incessante e em certo momento irresponsável pela retirada da vacinação contra a febre aftosa, “não vai beneficiar a cadeia produtiva da carne bovina como dizem.” Não vamos ter melhora no preço da @ e nem tão pouco uma melhora no preço do KG da carne comercializada frente ao mercado mundial. Não existem mercados internacionais suficientes que possam causar uma melhora significativa nos volumes e valores comercializados com a carne bovina brasileira capaz de causar uma melhora nos preços tanto de compra com de venda com a retirada da vacinação contra a febre aftosa junta a cadeia produtiva da carne bovina brasileira. Essa situação, mais uma vez, vem a beneficiar apenas as grandes empresas do setor e tão somente elas. Um dos poucos mercados que pode apresentar uma melhora no preço da carne comercializada, se caso o Brasil obtenha o status de livre de aftosa sem vacinação é o Japão. Porém o volume comercial com esse país não será tão significativo para a cadeia produtiva da carne bovina brasileira. Como disse uma pequena parte de empresas, ou seja, as grandes do setor (JBS, Marfrig e Minerva) terão acesso imediato aos resultados e ao bônus oriundo do status de livre de aftosa sem vacinação, porém, a grande maioria das empresas e produtores rurais vão assumir o ônus, ou seja, o risco com esse status. Nossas fronteiras secas, em sua grande maioria, não possuem fiscalização e os países vizinhos não apresentam um controle sanitária satisfatório, sendo assim, não temos garantias que o vírus não volte a circular no Brasil, e mais, temos uma praga, ainda incontrolável e que transmite aftosa chamada javali. O Brasil nas condições atuais, não pode retirar a vacinação contra a aftosa.
UNIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE FISCALIZAÇÃO BRASILEIRO SOBRE OS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL
Se o foco do Brasil é desenvolver o agro de uma maneira geral e em toda a sua extensão, principalmente com relação à produção de produtos de origem animal é preciso que façamos a união ou a unificação do sistema de fiscalização nacional. Dessa forma, além de habilitarmos mais empresas para o mercado de exportação, vamos conseguir melhorar a competitividade entre empresas no mercado interno brasileiro. Não podemos mais restringir as indústrias e agroindústrias com relação a comercialização de seus produtos, com base em um modelo de fiscalização ultrapassado e fadado ao fracasso como o que temos hoje, precisamos evoluir e mudar os rumos dos negócios nacionais. A criação de um modelo único de fiscalização sobre os produtos de origem animal é o caminho. Esse tipo de modelo de fiscalização vai proporcionar além de um aumento na produção desse tipo de produto, nacionalmente falando, como também um aumento significativo no faturamento das empresas. O mercado interno vai apresentar um giro maior, comercialmente falando, onde empresas do SUL poderão comercializar com o norte, assim como o movimento inverso também é verdadeiro. As empresas de pequeno e médio porte, vão conseguir um poder maior de negociação frente às grandes empresas do setor. Se todos os sistemas de fiscalização nacional são baseados na mesma legislação, então porque temos três tipos de fiscalização no Brasil? Aliás, temos todos os motivos para implantarmos urgentemente um sistema único de fiscalização, haja vista que, todos os modelos de fiscalização existentes hoje no Brasil, podem obter uma habilitação comercial que os possibilitam uma comercialização maior. Porém, o dia a dia das empresas mostra que existe a possibilidade comercial, porém os avanços com base no processo operacional e de boas práticas de fabricação, não evoluíram ao ponto de garantir a saúde do consumidor. Existem frigoríficos municipais que nem câmara de resfriamento de carcaça possui então eu pergunto é preciso resfriar a carcaça de bovinos abatidos até que as mesmas cheguem a temperatura igual ou inferior a 7ºC? Existem frigoríficos estaduais que não possuem controle e monitoramento sobre a temperatura dos esterilizadores, então é importante trabalhar esterilizando as facas com água a uma temperatura de 82,2ºC? Se andarmos pelo Brasil, vamos poder observar que todos os modelos de fiscalização em empresas que produzem produtos de origem animal dependem de uma fiscalização baseada em pontos de vista e não na legislação propriamente dita. O “consumidor brasileiro é um só”, e porque temos três tipos de fiscalização que divergem entre sim, consideravelmente?
Já passou da hora de evoluirmos com relação à fiscalização sobre os produtos de origem animal no Brasil, e essa evolução passa pela unificação do sistema de fiscalização nacional. Vamos conseguir evitar fraudes, desvios de condutas, vamos conseguir garantir mais a origem dos produtos e também, vamos conseguir ter mais controle sobre a qualidade dos produtos consumidos, garantindo assim ao consumidor brasileiro a certeza de estar consumindo um produto apto ao consumo humano.
Segue abaixo o modelo atual de fiscalização e suas divergências e falhas:
MODELO ATUAL DO SISTEMA DE FISCALIZAÇÃO SOBRE OS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL BRASILEIR
• SIM – SISTEMA DE INSPEÇÃO MUNICIPAL
Esse sistema é falho, quando o assunto é segurança alimentar, bem estar animal, boas práticas de fabricação e higiene operacional.
• SIE – SISTEMA DE INSPEÇÃO ESTADUAL
Também apresenta falhas no decorrer de suas operações e análises, possibilitando ao consumidor o consumo de produtos não aptos ao consumo.
• SIF – SISTEMA DE INSPEÇÃO FEDERAL
Mesmo sendo um sistema federal, apresenta falhas e possibilidades de equívocos frente a decisões importantes junto às operações industriais. Porém, é o sistema que mais oferece garantias, quando bem aplicado, ao consumidor quando o assunto é alimento seguro ao consumo.
OBSERVAÇÃO I:
Paralelo a esses sistemas de fiscalização, foram criados dois tipos de habilitações que possibilitam frigoríficos com o sistema de inspeção municipal (SIM) comercializar carne com os estados de origens chamados SUSAF e para os frigoríficos com o sistema de inspeção estadual (SIE) tivemos a criação do SISBI que habilita os frigoríficos estaduais a comercializar seus produtos a nível federal. O Brasil não pode mais compactuar com esse monte de mudanças que ferem os interesses dos consumidores, haja vista que, existem frigoríficos municipais e estaduais que trabalham sem a presença de um veterinário, fator esse que eleva o risco de comercialização de produtos de origem animal não aptos para o consumo humano.
OBSERVAÇÃO II:
E com o objetivo de melhorar a qualidade do sistema de fiscalização, a qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor, a inibição de comportamentos inadequado de algumas indústrias é que se faz necessário a criação do sistema único de fiscalização sobre as indústrias de processamento e beneficiamento de produtos de origem animal. Somente com a unificação dos sistema de fiscalização, vamos conseguir oferecer uma condição de igualdade operacional e de mercado entre todos os estados e municípios brasileiros.
ENDIVIDAMENTO DO PRODUTOR RURAL BRASILEIRO E A SECURITIZAÇÃO
O produtor rural brasileiro pede socorro há muito tempo. A atual situação da política agrícola não garante a ele produtor rural, condições de custear a sua safra sem que o mesmo fique fora do risco de um possível novo endividamento na próxima safra. Os custos de produção são muito altos no Brasil e o produtor rural fica inteiramente a “MERCE” dos bancos públicos e privados e seus juros abusivos. Essa prática já vem acontecendo há muito tempo, ocasião essa que não oferece ao produtor rural brasileiro a oportunidade de pagamento de suas dívidas e o pior, acaba ocasionando uma sobreposição financeira negativa, que por sua vez, acaba gerando um endividamento insustentável e impagável. A dívida total do produtor rural brasileiro já se encontra em um montante devedor impagável (R$ 700 BI). No entanto, não se pode mais adiar a busca pela resolução desse problema. O produtor rural não consegue manter o seu foco no campo, sem que o problema do endividamento seja resolvido. Porém, faço a seguinte ressalva com relação à quitação das dívidas dos produtores rurais. De nada vai adiantar resolver a atual situação do produtor rural brasileiro, sem que seja definida uma política agrícola específica para o setor, com base na diversidade e nas características de cada região agrícola do brasil. Essa política precisa se basear nos fatores adversos de cada região produtor do País. Fator esse que, vai oferecer garantias a ele produtor rural que o seu financiamento será pago, caso aconteçam situações adversas que fujam dele produtor rural, como exemplo, as fortes estiagens, mudanças no comportamento de mercado, variação cambial, etc…
E se o produtor rural tiver somado a essa posição, um respaldo frente aos bancos públicos e privados que financiam o plano safra, sem que haja uma base específica de cobrança baseada apenas nos juros abusivos que os bancos cobram, tenho certeza que o produtor rural brasileiro, além de conseguir pagar suas dívidas, vai conseguir aumentar a produção do agro brasileiro. É muito importante salientar que, a participação do ministério da agricultura e da frente parlamentar agropecuária frente a esse movimento é de vital importância, pois essas adequações são extremamente necessárias para que as atividades dos produtores rurais não acabem se tornando inviáveis, frente a um endividamento constante e impagável.
É preciso ficar bem claro para todos que o produtor rural brasileiro quer pagar suas dívidas, porém, precisamos que um programa de securitização seja desenvolvido e implantado rapidamente. Securitização sim, mas a que custo? O produtor rural, precisa que seja resolvido o seu problema relacionado ao endividamento sim, porém, não podemos seguir “oferecendo financiamento barato a qualquer custo”. Antes de definirmos um plano safra, precisamos definir, quais serão os indicadores de cobranças implantados através de uma política agrícola específica, somente assim o produtor rural vai conseguir honrar seus compromissos, manter suas atividades, pagar suas contas, investir no seu negócio e ter lucro em suas operações. Caso essas ações não sejam levadas em consideração, o problema do endividamento será resolvido, mas com data marcada para iniciar novamente.
OBSERVAÇÃO I:
A atitude mais correta seria contratar uma empresa terceirizada para conduzir o processo de securitização. Esse projeto teria em suas especificações alguns pontos fundamentais, como por exemplo:
1. Carência para o início do pagamento das dívidas.
2. Prazo estendido para a concretização dos pagamentos.
3. Uso de parte da produção para pagamento da dívida.
4. Refinanciamento, porém, sem o acréscimo de juros sobre o atual montante devedor.
OBSERVAÇÃO II:
Assim como as indústrias possuem linhas de créditos interessantes junto ao BNDES, seria de fundamental importância que o produtor rural brasileiro também tivesse acesso a linhas de créditos junto ao BNDES. Caso os atuais bancos que financiam as safras não tivessem uma mudança na sua política de juros, o BNDES poderia entrar como um parceiro mais efetivo do agro brasileiro, oferecendo financiamentos com juros menores, prazos maiores e com uma carência capaz de viabilizar as operações dos produtores rurais mais necessitados.
FUNRURAL
HISTÓRIA
A cobrança tem mais de 45 anos e já passou por diversas modificações ao longo das décadas, gerando uma série de discussões no setor. O mundo do agronegócio vive grande impasse sobre a cobrança do fundo de assistência ao trabalhador rural (FUNRURAL), que após diversas decisões judiciais, recebeu a notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou constitucional a cobrança do fundo ao empregador rural pessoa física. Criado em 1971, por meio de uma lei que determinou a cobrança de 2% sobre a comercialização do produtor rural, teve como finalidade, arrecadar dinheiro para financiar a previdência rural. Com o passar dos anos, o termo Funrural foi extinto, e surgiu o regime geral de previdência social, com regras diferentes para o campo e para a cidade. Na norma, ficou definido que o chamado segurado especial, que é o agricultor familiar, deveria recolher a alíquota de 2,1% sobre tudo que vendesse e, em contrapartida, teria direito a se aposentar com um salário mínimo. O empregador rural, no entanto, não foi contemplado nesta lei e, por isso, ficou recolhendo a contribuição previdenciária da mesma forma que os empresários urbanos, com uma taxa de 20% sobre a folha de pagamento do funcionário. Em 1992 veio a lei 8.540, determinando que a cobrança seria feita sobre a receita, em substituição aos 20% que ele pagava sobre a folha. O empregador rural pessoa física passou a recolher 2,1% sobre a produção e o empregador rural pessoa jurídica, 2,6%. Mas assim como um empresário urbano, para se aposentar o produtor rural precisa fazer um recolhimento individual sobre o que ele fatura.
A TURBULÊNCIA
Em 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou o caso do Frigorífico Mata Boi, que pedia a suspensão da cobrança alegando que a lei que a regulamentava era inconstitucional. A empresa ganhou o caso e a decisão abriu precedentes para produtores de todo o país pedirem, na justiça, a suspensão da cobrança.
Uma séria de decisões liminares de tribunais de primeira instância começou a ser concedida autorizando o empregador rural a não recolher a taxa. A justiça recomendava que o valor fosse depositado em contas judiciais para o caso do supremo mudar de opinião e, se isso acontecesse, o dinheiro seria destinado ao pagamento, senão, voltaria ao bolso do produtor. A decisão, no entanto, era opcional e muita gente deixou de recolher.
No ano de 1998, no entanto, houve uma emenda que incluiu na constituição a determinação de que essa cobrança deveria ser realmente feita pela comercialização. Com o toda emenda, ela foi regulamentada em uma lei posterior, a 10.256, de 2001.
O TEMOR DO PRODUTOR RURAL
Em março de 2017, aconteceu o que muitos temiam: o posicionamento do STF mudou em um novo julgamento. Um dos motivos que fizeram o STF mudar de decisão é que o julgamento de 20174 foi baseado na lei 10.256, de 2001, enquanto o caso do Frigorífico Mata Boi, que considerou a cobrança inconstitucional, tem base na lei 8.540, de 1992. Aos olhos da maioria dos ministros do STF, as mudanças que vieram na lei de 2001 são suficientes para tratar a cobrança como constitucional.
OBSERVAÇÃO I:
Vale lembrar que, a CNA, participou do caso, apoiando o STF na questão da constitucionalidade, fato esse que fez com que o produtor rural arcasse com uma dívida que não foi causada por suas operações. Então, o produtor rural não pode ter na CNA um parceiro para suas necessidades.
OBSERVAÇÃO II:
Não é justo que o período do não pagamento, seja cobrado do produtor rural, haja vista que, o processo de pagamento em juízo não foi fiscalizado, cobrado ou até mesmo acompanhado pelo STF. Por isso, deveríamos ter uma decisão também por parte do STF, órgão que fez com que essa situação gerasse tanto prejuízo ao produtor rural, a tornasse improcedente, sem a necessidade do produtor rural pagar o tempo que a mesma foi considerada inconstitucional.
OBSERVAÇÃO III:
Ficaria definido que, a dívida e/ou a cobrança do Funrural, passaria a contar apenas após, o ano de 2017, data essa que a mesma voltou a ser considerada constitucional, considerando débitos anteriores quitados.
“Não podemos esquecer que é da porteira para dentro das propriedades rurais que a economia do país é sustentada e garantida. Por isso precisamos focar hoje, 100% no campo e nos mercados, sejam eles nacionais ou internacionais, somente assim, vamos conseguir planejar o futuro, viabilizando os negócios no presente, com uma alta produtividade, com uma produção eficiente, com um produto com alto valor agregado, com uma lucratividade justa para todos e uma sustentabilidade que garanta não somente a essa geração, mas também as gerações futuras, bons resultados frente ao agro brasileiro. O Brasil é um país do agro, porém, nos últimos anos, o que menos temos feito é olhar para o produtor rural. Somente com uma política agrícola específica e justa, vamos conseguir melhorar a vida do homem do campo, fazendo do agro brasileiro uma fonte de riquezas e de sustentabilidade para a economia brasileira.”
Celso Ricardo Cougo Ferreira
Consultor do Agro Brasileiro
REPRESENTANTES DOS PRODUTORES RURAIS QUE PARTICIPAM DO MANIFESTO
1 Orivaldo Mello
VETERINÁRIO E PRODUTOR RURAL – MS
2 Carlos Amado Flores Campos
PRODUTOR RURAL E REPRESENTANTE DO MOVIMENTO SOMOS TODO CACAU DA BAHIA – BA
3 Odir Aleixo Júnior
PRODUTOR RURAL – MG
4 Edno Catenaci Alcântara
TÉCNICO EM ZOOTECNIA – GO
5 Gabriel Martins de Araújo neto
FUNCIONÁRIO PÚBLICO ESTADUAL/FRIGORÍFICO – MA
6 Cezar Napomuceno
VEREADOR NO MUNICÍPIO DE PIRAQUÉ, ASSISTÊNCIA TÉCNICA FRENTE AO PRODUTOR RURAL – TO
7 Benedito Martins Rocha
PRODUTOR RURAL, EMPRESÁRIO E EX-VICE PREFEITO EM SÃO FELIZ DE BALSAS – MA
8 Silvio Antonio Saraiva de Oliveira
PRODUTOR RURAL – RS
9 Jeferson Renato Mielke
PRODUTOR RURAL – SOJA/LEITE – RS
10 José Roberto Rocha
PRODUTOR RURAL – PA
11 Valnema Rocha
PRODUTOR RURAL – PA
12 João Delorenzo Neto
PRODUTOR RURAL – BOVINOCULTURA DE CORTE – MS
PRODUTOR RURAL – CAFEICULTURA – MG
13 Juliano Douglas Tizzo
PRODUTOR RURAL – SOJA/MILHO/FEIJÃO – MG
14 Flavio Faria de Queiroz
PRODUTOR RURAL – MG
15 Reinaldo Cherulli
PRODUTOR RURAL – MG
16 Rodrigo Souza Teixeira
Cadeia Produtiva da Carne Bovina – AL
17 Gabriela Reccanello Barreto Aleixo
GESTORA EM AGRONEGÓCIO E PRODUTORA RURAL – MG
18 Edson Schmidt
PRODUTOR RURAL – PR
19 Clener Roberto Alvez
PRODUTOR RURAL – MG
20 Carlos Alberto Silva
VEREADOR PATROCÍNIO – MG
21 Evandro Pereira dos Santos
PRODUTOR RURAL e AGRICULTURA FAMILIAR – PA
22 Maria Iglae Malini A. Alvez
PRODUTORA RURAL – PA
23 José Maria Lopes Rodrigues
PRODUTOR RURAL – PA
24. Ana Rita Braga Costa Conceição
PRODUTORA RURAL – PA
25. Antonio Francisco da Silva
PRODUTOR RURAL – PA
26. Edilene Pereira dos Santos
PRODUTORA RURAL – PA
27. Antonio Ferreira de Oliveira
PRODUTOR RURAL – PA
28. Adilon Pereira de Sousa
PRODUTOR RURAL – PA
29. Maria Aparecida Tera Damacena
PRODUTORA RURAL – PA
30. Luciano do Santos Almeida
PRODUTOR RURAL, BIÓLOGO – UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – RS
31. Candice Soares Dias
PRODUTORA RURAL, BIÓLOGA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – RS
32. Gilson Roberto Pedroso de Moares
PRODUTOR RURAL – RS
33. Carlos Alvez Rezende
PRODUTOR RURAL – PA
34. Francisco Alvez Rezende
PRODUTOR RURAL – PA
35. José Silva
PRODUTOR RURAL – PA
RELATOR DO MANIFESTO
Celso Ricardo Cougo Ferreira
Consultor do Agro Brasileiro
25 Anos de experiência profissional junto ao setor
Projetos desenvolvidos em 13 estados brasileiros
Projetos em 5 países
Telefone: + 55 51 980615462
E-mail: celso@crgestaoconsultoria.com.br
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