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Maior rastreabilidade dos fornecedores indiretos na pecuária contribui para atender às exigências do mercado europeu

Maior rastreabilidade dos fornecedores indiretos na pecuária contribui para atender às exigências do mercado europeu


Criado: 12 Janeiro 2021 | Atualizado: 12 Janeiro 2021
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As exportações da carne bovina devem crescer neste ano. A expectativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) é que, mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, a indústria deva alcançar uma alta de cerca de 12% em volume e 13% em faturamento.

No período de 2000 a 2019, as vendas internacionais tiveram um crescimento de 421%, resultante da abertura do mercado chinês, maior produtividade brasileira, melhoria na qualidade da carne e valorização do dólar frente ao real.

Embora exista a perspectiva de uma expansão de vendas para o mercado externo, há fatores que podem interferir nos resultados positivos ano a ano, como as questões relacionadas à segurança sanitária, ao meio ambiente e à transparência sobre a origem do gado. Um exemplo é a não inclusão de fornecedores indiretos nos sistemas de monitoramento da cadeia de fornecimento, que ocasiona riscos desnecessários às empresas e insegurança para os investidores e consumidor final.

Um dos principais mercados globais é a União Europeia. Recentemente, o Bloco anunciou que, no começo de 2021, pretende discutir novas regras relacionadas ao desmatamento, aumentando a pressão contra a prática no Brasil. Isso significa que será necessária a comprovação de que os produtos vendidos no Bloco não têm ligação com a destruição de biomas como a Amazônia e o Cerrado.
Ainda nesse cenário, o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, firmado no ano passado, após 20 anos de negociações, ainda não foi concluído. Em outubro, o Parlamento Europeu ratificou, por meio de uma resolução, sua posição contrária a aprovação desse acordo, porque, segundo o texto, o “Brasil está violando os compromissos feitos no Acordo de Paris, particularmente no combate ao aquecimento global e na proteção da biodiversidade”. Com isso, parte dos países do bloco europeu, como Áustria, Bélgica, França e Holanda, anunciaram, nos últimos meses, restrições ao acordo alegando problemas ambientais no Brasil.

Ademais, para atender às metas do Acordo de Paris, incluindo limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, a União Europeia estabeleceu políticas e diretrizes para conter o aquecimento global, o chamado Acordo Verde. A maioria dos países pertencentes ao bloco está inserindo em seus programas de recuperação econômica a questão da sustentabilidade ambiental, que engloba a descarbonização de atividades econômicas, a implantação de conceitos de circularidade e um maior rigor quanto às ações que podem impactar ainda mais o meio ambiente. Essa tendência de priorizar a sustentabilidade também é vista em outras nações fora da UE.

É importante lembrar que a UE é uma referência na área de alimentos considerados premium, que possuem maior valor agregado e são importantes para compor o portfólio de produtos voltados à exportação. Em 2019, foram exportadas aproximadamente 180 mil toneladas de carne.

Frente a esse cenário, o Grupo de Trabalho dos Fornecedores Indiretos (GTFI) tem buscado contribuir para o avanço de soluções viáveis e modernas na pecuária brasileira, garantindo a inclusão dos fornecedores indiretos nos sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Considerado o principal fórum de discussão sobre o monitoramento de fornecedores indiretos na cadeia produtiva da carne bovina no Brasil, o GTFI reúne os diversos stakeholders do setor para discutir soluções de rastreabilidade, monitoramento e transparência com foco no controle do desmatamento em fornecedores indiretos.

Ao realizar a inclusão dos fornecedores indiretos nos sistemas de monitoramento, como resultado, é possível elevar o grau de transparência e conhecer as diferentes etapas de produção, definindo a origem do gado. Desse modo, a indústria brasileira consegue atender aos padrões sociais e ambientais europeus e mundiais, com a possiblidade de expansão de vendas para o mercado de carne premium.

Mais informações: http://gtfi.org.br/


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