GRUPO JBS QUER LUCRAR TAMBÉM COM COMPRA E VENDA DE EMPRESAS
Empresa que se transformar em investidora de capital
Depois de uma trajetória fulminante no setor frigorífico, o Grupo JBS quer deixar de ser uma típica família da indústria para se transformar em investidores capitalistas e lucrar com a compra, venda e fusão de empresas. "Queremos transformar a J&F, a holding que controla nossos negócios, numa empresa de investimentos, de capital aberto e com ações negociadas em bolsa", afirmou Joesley Batista, presidente da holding e porta-voz da família. "Vamos comprar e vender empresas, criar outros negócios. Só não vamos vender o JBS”, disse ele.
Depois de 60 anos de história e de ser atualmente o maior fornecedor de carne do mundo, o Grupo passou a produzir cosméticos, artigos de higiene e limpeza, leite e iogurte, montou um banco e inaugurou a Eldorado, maior fábrica de celulose de fibra curta do mundo.
A ideia por trás de tamanha diversificação é o desejo que os Batistas têm de se reinventar como empresários. O empresário afirma ter se inspirado principalmente na Berkshire Hathaway, do bilionário americano Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo. A Berkshire começou no setor têxtil, ganhou muito dinheiro vendendo seguros e hoje a firma de Buffet é dona de participações relevantes em empresas das áreas financeira, de energia e ferroviária, entre outras.
Atualmente, a holding da família Batista controla sete empresas, que possuem ativos avaliados em R$ 55 bilhões e empregam cerca de 150 mil pessoas (veja quadro). Duas das empresas já estão na bolsa: o laticínio Vigor e o JBS, com faturamento de R$ 72 bilhões previsto para este ano. Os Batistas já montaram uma equipe própria para cuidar de fusões e aquisições.
São cerca de dez pessoas, que trabalham na sede da J&F, um prédio na marginal Pinheiros, em São Paulo. Como o mercado sabe que a família está à caça de oportunidades - a especialidade é comprar empresas com a corda no pescoço, a equipe avalia cerca de 20 ofertas e há outras dez n fila.
No momento, a atenção está voltada para empresas do setor de infraestrutura, que deverá receber investimentos volumosos nos próximos anos. Já estiveram interessados na Rede Energia, grupo que controla oito distribuidoras espalhadas pelo país, e em maio estiveram a ponto de comprar a Delta, construtora de obras públicas enrolada nos escândalos de corrupção envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
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