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MALÁSIA VOLTA A IMPORTAR CARNE DE TRÊS FRIGORÍFICOS BRASILEIROS


Criado: 08 Dezembro 2016 | Atualizado: 08 Dezembro 2016
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Já as negociações com a Indonésia ainda devem demorar mais um mês, dado que o país ainda não enviou o modelo certificado para homologação do Brasil.

Já as negociações com a Indonésia ainda devem demorar mais um mês, dado que o país ainda não enviou o modelo certificado para homologação do Brasil.

A Malásia reabriu seu mercado para as carnes bovinas e de aves brasileiras, fechado desde o ano passado, por conta da falta das práticas halais no abate. Entre os frigoríficos habilitados estão o Marfrig e o Minerva, para a carne de gado, e o Mabella Seara para o embarque de peru. Já o mercado da Indonésia, que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também considerou aberto, ainda falta enviar ao Brasil o documento autorizando oficialmente a comercialização.
A Malásia fechou o seu mercado para as carnes brasileiras no ano passado, devido às práticas usadas no Brasil no abate halal, que é um ritual praticado pelos islâmicos, no qual o boi ou frango deve ser degolado para garantir a morte instantânea do animal. Todos os procedimentos com o abate devem ser realizados por um muçulmano praticante, em geral árabe, treinado especificamente para essa função. Após uma nova visita dos malaios a 20 frigoríficos no País, as duas únicas plantas de carne bovina que apresentaram documentação foram habilitadas imediatamente, nos dois quesitos, tanto sanitário quanto religioso. Já as aves, que tiveram 18 unidades concorrendo, apenas uma conseguiu a habilitação imediata. "Nós recebemos uma notificação da Malásia confirmando a abertura e podemos exportar. Recebemos recentemente esse documento. Não sabemos nada a respeito de quantidade ainda", confirmou uma fonte do frigorífico Minerva que não quis se identificar.
Segundo Otávio Cançado, diretor de Assuntos Sanitários e Fitossanitários do Mapa, uma visita da autoridade religiosa da Malásia (Jakin) foi marcada para setembro. Ela ministrará um curso sobre as práticas corretas para o abate halal para aquele país. "Foram visitadas 18 plantas de aves e somente uma foi aprovada nos dois quesitos. Os demais foram habilitados no ponto de vista sanitário mas terão que se adaptar ao requisito religioso. Agora, em setembro, a Jakin virá ao País para treinar os frigoríficos que restam na forma correta de degola exigido no país. Após o treinamento, que deve durar no máximo uma semana, os aptos serão habilitados imediatamente", garantiu Cançado ao DCI.
O presidente da Associação Brasileira das Industrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli acredita que esse é um importante mercado para o Brasil, e uma porta de entrada para países como Taiwan, Coréia do Sul, e Japão. "A Malásia é um país interessante, com um mercado muito bom, e praticam preços iguais aos outros asiáticos a que não temos acesso, como o Japão, Coréia e Taiwan. A quantidade é boa e temos grande interesse em trabalhar com eles novamente", frisou o executivo.
Já Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), considerou esta a melhor notícia para o setor de aves nos últimos tempos. Segundo ele, tanto a Malásia quanto a Indonésia são os principais mercados a serem abertos pelo Brasil. "Esse era um grande objetivo que tínhamos, trabalhamos muito para abrir esses mercados, e brigamos muito por isso. Esses são os mercados, dos que não foram abertos, mais importantes para o setor", considerou ele.
Entretanto, apesar das comemorações, a Indonésia ainda não enviou o modelo certificado, que é o documento de autorização, para os embarques brasileiros de pato e peru, ao Mapa. Segundo Cançado, esse documento, que viabilizaria as exportações imediatas ao País, só deve chegar daqui a um mês. "Ainda não recebemos o modelo certificado da Indonésia e a abertura desse mercado ainda depende dessa autorização. O certificado da Indonésia, que já cobramos, deve chegar em breve, no máximo daqui a um mês", afirmou ele.
Um exemplo parecido com o da Indonésia foi vivido com a China, que após o anúncio da abertura de seu mercado, há quase 3 meses, somente dia 13 deste mês foi homologada pelo governo brasileiro. "Não exportamos nada de carne suína ainda para os chineses , pois o certificado deles só chegou agora. Esse processo demora mesmo, mas a Indonésia deve ser mais rápida", disse.
Outro mercado que também gera expectativa para futura abertura é o Japão, que terá uma missão em Santa Catarina, no dia 27 deste mês, que irá visitar duas granjas, dois frigoríficos, as fronteiras internacionais, as fronteiras nacionais e um laboratório que manipula o vírus da aftosa. "Caso eles concordem com o que virem, a autorização valerá para todo o estado. Inclusive, ainda estou recebendo e-mails deles com perguntas a respeito do país", concluiu Cançado.
Diário do Comércio e Indústria


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