Peste suína na China causa disrupção no mercado de carnes e leva à disparada da BRF e JBS na bolsa
O gigante asiático enfrenta um surto de peste suína africana, o que está impactando fortemente os frigoríficos do mundo todo – incluindo os Brasileiros
Atualizado em 18 Março 2019
Uma das poucas ações que ainda estavam em baixa no Ibovespa no ano era a BRF (BRFS3), por essa euforia foi justamente uma má notícia para a China.
O Gigante Asiático está enfrentando um surto de peste africana, com recentes dados mostrando que pode ser três vezes maior do que o estimado previamente.
Isso pode diminuir a produção de carne suína em cerca de 20%, o que gera previsões de uma verdadeira quebra na criação de suínos no país, uma vez que os próprios produtores aceleram o abate desde o final do ano passado para prevenir a contaminação, além de não fazer a reposição dos seus rebanhos.
Os números oficiais acabaram confirmando essa tendência , o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais informou que o rebanho de suínos da China recuou 16,6% em fevereiro em relação ao ano anterior.
Nesse cenário, os analistas de mercado acreditam que os frigoríficos brasileiros podem se beneficiar em diversas frentes em meio à “ disrupção” do comércio de carnes mundial. Em primeiro lugar, o mercado de suínos da China é bastante significativo, corresponde a 73% do total de consumo de proteínas no país, além de corresponder à metade da produção e do consumo mundial.
Assim, a oferta reduzida deverá ter um grande impacto nos preços e volumes importados pela China. A elevação dos preços também deve promover os substitutivos dessas carnes, como de frango e bovina.
Outro impacto forte é a queda nos preços dos grãos, uma vez que a China exigiria menos soja e milho para a ração dos animais.
Todos esses fatores são positivos para as ações brasileira do setor, o que inclusive leva uma forte alta para os ativos, com destaque para a BRF, que chegou a subir mais de 8%, sendo seguida pela alta de mais de 4% da JBS (JBSS3), enquanto a Marfrig (MRFG3) também registra ganhos, ainda que menos expressivos.
O Brasil é hoje o maior fornecedor externo de carne de frango e bovina para a China, o que deve levar a uma forte demanda adicional nessas frentes, além de altas dos preços.
Para a JBS, o preço-alvo mudaria de R$ 17,50 pra R$ 20,50 (passando de um apside de 24% para 45%), enquanto que, para a Marfrig, a mudança de preço-alvo seria mais modesta, com o preço-alvo passando de R$ 7,50 para 8,50.
Vale ressaltar que o cenário não considera potenciais benefícios no mercado de comidas processadas. Ou seja, o potencial de ganhos pode ser ainda maior e parte dos efeitos pode ser sentido com os fortes ganhos das ações.
Fonte: Infomoney
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