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A evolução e as novidades do segmento dos envoltórios

Também chamados de tripas, já existem desde a antiguidade, entretanto, foi no último século que a tecnologia desse produto evoluiu consideravelmente, afinal de contas, com o consumo crescente de embutidos, tornou-se necessário melhorar essa técnica.

Atualizado em 16 Novembro 2022
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Para falar sobre tudo relacionado ao segmento de tripas, entrevistamos profissionais de duas importantes empresas do segmento, a www.esbdobrasil.com e a www.viscofan.com/pt-br
A ESB do Brasil trabalha com todos os tipos de tripas naturais (envoltórios naturais), seja da espécie suína, ovina e também bovina, para diferentes usos, como embutidos frescais ou cozidos.
A Viscofan é a líder mundial de envolturas para alimentos. “Somos o único fabricante que produz soluções de celulosa, colágeno, fibrosa, plásticas, assim como envolturas veganas. Estamos inovando com tripas de transferência para agregar valor e facilitar o processo industrial”, explica o Gerente de Marketing Sudamerica da empresa, Pedro Crespo Boneta.

Como as tripas podem garantir uma melhor qualidade
Quem necessita dos envoltórios (tripas) para utilizar em seus produtos embutidos, tem que escolher uma empresa que forneça um produto de qualidade, afinal de contas, trata-se de alimento e qualquer falha pode custar não só um prejuízo financeiro como ainda à reputação da empresa. O diretor da ESB do Brasil, Daniel Berlitz, explica as características da tripa que podem garantir qualidade. “O envoltório natural é constituído principalmente de colágeno e também um pouco de elastina, essa composição confere características como a elasticidade, a maleabilidade e a retratilidade, que permitem que o envoltório se molde exatamente ao embutido frescal ou cozido. Além disso, a permeabilidade do envoltório natural, garante que ele sofra a ação do vapor durante o cozimento ou desidratação, bem como para que ele possa absorver sabores, como o sabor de defumado. Portanto, o envoltório natural com todas essas características não consegue ser imitado por outro material artificial, pois essa composição natural proveniente do intestino, confere todas essas características e garante tanto a boa apresentação do produto quanto sua capacidade de absorver todas as características do processo, seja do processo de defumação, desidratação, cozimento, para que o produto esteja exatamente igual como foi elaborado”.
Boneta, da Viscofan também fala sobre o tema. “Para os desafios da produção de hoje, nosso compromisso com os clientes passa por certificações como BRC e ISO 9001. Além disso, investimos nossos times de P Y D, Marketing para acompanhar as tendências e oferecer soluções disruptivas que agreguem valor e qualidade para o cliente e consumidor”.

Evolução do segmento
Como citamos no começo, muitas coisas mudaram e seguem mudando no segmento das tripeiras, focando cada vez mais na qualidade, segurança e higiene. “O mercado está em constante evolução e podemos destacar três pontos: primeiro, as tripas de intestino ainda são 50% do mercado, mas as tripas de colágeno estão substituindo as mesmas. Atualmente, 75% do mercado de linguiças de calibre pequeno são produzidas com tripas de colágeno que permitem reduzir o custo de produção, além de outras vantagens no processo. Os lançamentos de linguiças finas frescais de muitas das grandes marcas foram realizados com colágeno; segundo, as tripas de transferência têm cada vez mais participação. Estamos crescendo forte com tripas celulosa de transferência de urucum, tripas de colágeno coloridas, tripas plásticas de transferência de cor e sabor, e tripas de transferência de especiarias. São tripas que agregam valor e padronizam processos que antes eram artesanais; e terceiro, os formatos de granel estão perdendo cada ano participação, já que os consumidores querem embalagens convenientes de 0,4 a 1 Kg e com visual atrativo. As apresentações em termoformado estão cada vez mais presentes”, destaca o gerente de marketing da Viscofan.
“A grande evolução aconteceu em relação à qualificação das empresas de produção de envoltórios naturais, empresas como a nossa que têm anualmente todas as plantas no Brasil, que são três, certificados na norma IFS Food. Ocorreu uma grande evolução na qualificação das empresas de produção de envoltórios naturais, muitas delas com auditorias e processos mais robustos de rastreabilidade e de garantia da segurança do alimento. O envoltório faz parte dos embutidos frescais ou cozidos e precisa ter garantias de qualidade microbiológica, segurança alimentar e de toda a rastreabilidade. Com isto, as empresas vêm investindo forte para atender todas as exigências de qualidade do mercado nacional”, comenta o diretor da ESB do Brasil.

Mercado atual e tendências
Boneta comenta sobre o mercado atual de tripeiras. “O mercado de tripas mundial teve nos últimos 12 meses aumentos fortíssimos de matérias-primas, nunca vistos nos últimos 25 anos que tenho no setor e um crescimento de volume especialmente para salsichas. A expectativa é que possa manter a um CAGR de 2-4%”.
Berlitz, da ESB do Brasil, explica que apesar do momento difícil que vem passando a suinocultura, principalmente os produtores ou as empresas que possuem integração da sua operação, em função dos custos elevados e baixos preços de mercado, se percebe que o mercado de embutidos, em particular o de linguiças, vem crescendo gradativamente. “Isso reflete no aumento de produção de embutidos em diversas empresas do mercado nacional. Atendemos essas empresas com matéria-prima local ou importada porque o Brasil precisa ainda de um bom volume de envoltórios importados para poder atender toda a demanda nacional, porém é perceptível que a produção de linguiças vem aumentando, portanto, a demanda de tripas naturais continua elevada”.
Em reação às tendências do mercado, Berlitz comenta. “Existe uma tendência nos últimos anos de aumento de demanda da tripa já corrugada, a tripa em tubing, essa apresentação permite que a empresa utilize a tripa diretamente na embutidora, ou seja, pronta para ser colocada no funil, sem precisar de um departamento ou uma área intermediária com o uso de dezenas de pessoas para preparar a tripa, ela já vem pré-hidratada, praticamente pronta para o uso, não precisa ser corrugada e frente a grande demanda de funcionários dos frigoríficos e dificuldade de contratação, essa tripa em tubing reduz a necessidade de funcionários e faz com que os mesmos possam ser utilizados para aumentar a produção de linguiças, por exemplo, sem a necessidade de trabalhar na preparação prévia da tripa”.
Já Boneta destaca uma tendência vinda do consumidor. “Ele está procurando promoções das marcas conhecidas. Além disso, demanda um visual atrativo e formatos convenientes”.

Leis e normas
Berlitz opina sobre leis e normas ligadas ao segmento. “A legislação sanitária que regulamenta a importação e exportação dos envoltórios está em consonância com a legislação da União Europeia. Atualmente, existe uma preocupação muito grande das nossas autoridades em particular o MAPA e a defesa sanitária para reduzir ao máximo o risco da entrada da peste suína africana no país, por isso, legislação sanitária vem sendo aprimorada para que estes riscos sejam minimizados e ocorra uma proteção a suinocultura brasileira”.

Meio ambiente
Sabemos o quanto é importante para todo segmento ter uma grande preocupação com o meio ambiente. O gerente de marketing da Viscofan, comenta sobre o tema. “Vemos a sustentabilidade como um dos nossos quatro pilares estratégicos. Para isso, a modo de exemplo: assinamos o Acordo de Paris e temos uma rota até 2030 com metas e KPIs para atingi-lo; temos assinados empréstimos sustentáveis com duas entidades bancárias; temos um comitê de sustentabilidade que determina e acompanhas os KPI´s”.
O diretor da ESB do Brasil ressalta o que a empresa em que atua vem fazendo em relação ao meio ambiente. “Investimos muito na busca de um processo de tratamento de efluentes que pudesse ser realmente efetivo em relação a toda a água residual, portanto, na planta de Harmonia (RS), nós temos um sistema pioneiro, que não existe nenhuma outra empresa no Brasil. Esse sistema hoje permite entregar a água residual em uma qualidade muito próxima da qualidade da água coletada no poço, nós não reutilizamos essa água, porém a entregamos a natureza com um padrão muito semelhante, isso é uma evolução no Brasil. Participamos junto ao grupo da Dinamarca, de uma avaliação entre 18 países da evolução do tratamento de efluentes e fomos reconhecidos como uma das plantas de maior evolução nesta área. Então, o nosso papel de preservação vem muito em sintonia com o respeito a comunidade onde as nossas plantas estão localizadas e um bom relacionamento com as autoridades ambientais”.

Novidades
Para finalizar, Boneta comentou sobre as novidades da Viscofan para o mercado. “Na família de tripas plásticas para produção de mortadela, presunto etc., temos soluções como as E-fan, com certificação ISCC que permitem integrar com a economia circular. A família de colágeno, permite a redução de consumo de água nas fábricas. As tripas plásticas de transferência reduzem o consumo de energia das estufas. As tripas celulosas de transferência de urucum geram uma água efluente menos poluída, além de outras vantagens”.
Berlitz comenta sobre as novidades da ESB do Brasil. A grande novidade ou o grande diferencial da nossa empresa, é ter uma especificação de tripa para cada tipo de cliente. Entendemos a influência do tipo de equipamento da embutidora e da característica do produto de cada cliente, para desenvolver uma tripa natural que atenda exatamente as exigências, a maioria das empresas tem produtos em um determinado padrão, diferenciando apenas o seu calibre e as empresas têm que adquirir e assumir todas as características. Temos um suporte técnico grande que entende o produto de cada cliente, e desenvolvemos códigos e especificações que os atendam, isso nos permitiu um grande crescimento de vendas no Brasil, pela percepção de que alguns clientes um produto mais apropriado às suas características, aos seus equipamentos e ao seu produto final”.

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