Notícias

Muitas previsões apocalípticas apontavam que 2023 seria um ano extremamente difícil para a economia. Entretanto, o Brasil surpreendeu e apresentou índices que se ainda não podem ser vistos como extraordinários, passam longe de serem péssimos. Para este ano, há um otimismo maior em vários segmentos.
Entrevistamos profissionais de empresas diferentes segmentos e que possuem ligação direta com o setor frigorífico para saber como viram o ano de 2023, as perspectivas para 2024 e também sobre o próprio mercado.
Mudanças recentes
A Consultora de Vendas e Aplicações da RC Industrial, Gilvania dos Santos, destacou o que a empresa notou no segmento no último ano. “Identificamos muitos avanços tecnológicos na automação, monitoramento e controle de processos melhorando a eficiência operacional e a qualidade dos produtos nos frigoríficos. Iniciativas voltadas para práticas mais sustentáveis na produção de alimentos, como redução do desperdício, eficiência energética e gestão responsável de recursos. Investimentos em medidas de segurança alimentar e dos trabalhadores. Expansões do mercado, com ampliação e abertura de unidades fabris e fusões estratégicas de grandes grupos. Acreditamos que estes acontecimentos gerarão muitas oportunidades de negócios para 2024”.
O Gerente Comercial da Retenfor Indústria e Comércio de Correias, Cesar Mondini, comenta sobre o ano passado. “Dois mil e vinte e três foi delicado para comercialização dos insumos necessários para a cadeia produtiva. Porém, com a excelência produtiva que o Brasil tem neste setor, ele foi em busca de novos mercados mundiais e conseguiu fechar positivamente, com mais de 70 novos mercados em mais de 30 países”.
O Consultor Técnico de Vendas da Fitmaq, Vilmar Alves da Rocha, também comentou sobre o assunto. “Estamos acompanhando os movimentos na parte logística. As conversas iniciadas há certo tempo e retomadas em 2023 sobre ferrovias, quando concluídas as obras, permitirão um salto em eficiência e velocidade para a cadeia produtiva alimentícia. Todos os ramos envolvidos na produção alimentícia terão um acréscimo exponencial em seus números. Aguardamos confiantes pelo melhor resultado”.
O Gerente Comercial da Propeller, Petterson Tecchio de Souza comentou sobre o que notou no ano de 2023. “Os frigoríficos regionais estão procurando diversificar os produtos ofertados, tendo uma melhora significativa em qualidade. A busca de novos mercados de exportação de médios e grandes frigoríficos foi muito positiva no ano que se passou”.
O Diretor de Operações do Grupo Soma Solution, Gilberto Dick, conta o que mais lhe chamou atenção no segmento no ano de 2023. “Diante de um cenário promissor, onde o Brasil ocupa o segundo lugar em tamanho de rebanhos pecuários no mundo e o torna protagonista no mercado de carnes, a Soma Solution entende que o setor frigorífico é pujante e com espaço para grandes expansões. A notícia que habilitou mais de 30 plantas frigoríficas nacionais a venderem para o mercado mexicano, após 12 anos de negociações, foi uma das mais relevantes, sem dúvida. A possibilidade de compra da carne in natura e desossada de outros 14 estados declarados livres de febre aftosa, com vacinação, também é um grande feito. Entendemos que políticas públicas que estimulem o agronegócio proporcionam uma economia ampla de geração de tecnologia e cada vez mais recursos para a otimização e crescimento do setor”.
A Diretora da HC Hornburg Carrocerias Frigoríficas, Betina Borchardt, destacou o que observou em 2023. “Um dos fatores foi a recuperação gradual da economia, com aumento de empregos de carteira assinada que reflete no consumo de alimentos. A onda de calor anormal que tivemos no ano passado também pode ter ajudado, porque para proteger a carga, o operador logístico precisou transportar com mais segurança e qualidade e para isso é preciso ter equipamentos de confiança e com programa de pós-venda eficiente, como o que oferecemos na HC Hornburg”.
O Gerente de Engenharia da Eletrofrio Refrigeração Ltda, Rogério Marson Rodrigues também fala sobre o que ocorreu no ano passado. “O agronegócio permaneceu pujante durante o ano de 2023, mesmo com as dúvidas sobre interferências governamentais, e isso projeta um bom futuro para toda cadeia de suprimentos deste grande mercado”.
O Diretor de Vendas & Aplicação da São Rafael Câmaras Frias, João Alberto C. Rodrigues, comenta sobre o ano de 2023 para o segmento. “O mercado teve um salto, ainda que tímido, quando se fala de segurança alimentar. Muitas startups têm surgido no ramo de alimentos, aplicando inovação e tecnologias que requerem maior confiabilidade e menor consumo de energia dos sistemas de refrigeração. Alimentos perecíveis menos processados exigem melhor conservação de temperatura”.
O Diretor Presidente da Burntech Caldeiras, Jonas Lippel, comentou sobre o que ocorreu no segmento no ano passado. “Notamos uma mudança interessante no setor frigorífico em direção à sustentabilidade. Parece haver uma preocupação crescente das empresas em buscar soluções que sigam padrões mais altos e minimizem o impacto ambiental. A crescente preferência por nossas caldeiras industriais, projetadas com foco em eficiência energética e sustentabilidade, reflete essa mudança no cenário operacional”.
Expectativas para 2024
Quase todos os entrevistados acreditam que 2024 será um ano bom ou até mesmo ótimo os negócios. “Tendo em vista as sinalizações de várias entidades relacionadas com o nosso setor de atuação, estamos com um olhar otimista para 2024 principalmente no segundo semestre. Alguns projetos que estavam aguardando o final do primeiro mandato deste governo estão sendo liberados. A relativa estabilidade da taxa do dólar tem ajudado na medida em que a refrigeração comercial depende de partes e peças importadas”, afirma Rodrigues da São Rafael Câmaras Frias.
O gerente de engenharia da Eletrofio também está otimista. “O mercado iniciou o ano de 2024 acima das expectativas, o que reforça nossos planos de investimentos na capacidade fabril para atender às demandas por refrigeração decorrentes da produção e armazenamento de produtos refrigerados”.
Betina da HC Hornburg ressalta que a empresa está otimista e fala sobre investimentos na área de produção. “Temos projetado um crescimento de 10% com o desafio de produzirmos mais de mil produtos. Nos últimos anos, temos investido em capacitação, além de melhorias no parque fabril como ainda em feiras tanto no Brasil como no exterior (programa MoveBrazil, desenvolvido pela ANFIR e ApexBrazil) e assim ampliamos as regiões atendidas e conquistamos novos clientes, as feiras são impulsionadoras de novos negócios”.
“Para 2024, nossa perspectiva é trabalhar para fortalecer nossa presença no mercado de caldeiras industriais e expandir nossa atuação no setor frigorífico. Nosso compromisso está em buscar maneiras inovadoras de atender às demandas específicas dessas indústrias, sem perder de vista a busca contínua por melhorias”, destaca Lippel da Burntech Caldeiras.
Dick do Grupo Soma Solution afirma que a empresa também está otimista não só com o ano de 2024, como também com os seguintes, tanto que estão anunciando um investimento de R$ 20 milhões para os próximos quatro anos. “Os recursos serão aplicados na construção de uma sede, de galpões e de um centro de distribuição nacional no município de Valinhos. A empresa também reserva para 2024, investimentos importantes; em Chapecó, a empresa se prepara para inaugurar um prédio para abrigar a sede administrativa do grupo; em Curitiba, será instalado um laboratório para codificação, testes e experimentações de máquinas”.
Rocha da Fitmaq também destaca que este tem tudo para ser um ano interessante para a empresa. “Estamos vendo os clientes que sinalizaram cautela no ano passado, pouco a pouco, informarem o andamento de projetos anteriormente orçados ou novos investimentos a serem feitos em suas unidades. Ainda em 2023, algumas unidades disseram que os maiores investimentos e melhorias seriam feitos no ano seguinte. Pensando que o mercado brasileiro tem seus períodos de baixa demanda e, estes momentos sempre serem sucedidos por um aumento de obras de média e grande proporção. Nossa empresa está muito otimista para um ano onde muitos fatores convergem para uma aceleração da economia, tanto como externa. Dentre esses fatores, um que podemos destacar é que os investimentos em melhorias no processo produtivo alimentício são extremamente necessários para melhorar a eficiência produtiva, bem como atender aos padrões de clientes internacionais”.
“Somos otimistas quando nos referimos ao crescimento do mercado, pois acreditamos que o segmento de proteína animal está em crescimento. Esta análise torna-se possível, se observarmos os diversos investimentos feitos no ano de 2023, que irão refletir a partir de agora, além das notícias positivas acerca de mais investimentos no setor em 2024. Este processo contínuo do setor faz com que a cadeia de fabricantes e revendedores cresça potencialmente”, afirma Mondini da Retenfor.
Já Souza da Propeler não vê com otimismo o ano de 2024. “Um crescimento menor que 2023 (PIB), devido a insegurança em alguns segmentos da indústria e do agro, os investimentos deverão ser menores que o ano anterior”.
Gilvania da RC Industrial tem opinião semelhante a da maioria e acredita em um bom ano. “Esperamos um aumento na demanda por nossos produtos, especialmente devido à crescente modernização e automação na indústria de alimentos. Planejamos continuar inovando em nossas soluções, oferecendo tecnologias mais eficientes e sustentáveis para atender às necessidades em constante evolução de nossos clientes”.
Sobre o mercado frigorífico
Os entrevistados também comentaram sobre os negócios ligados ao mercado frigorífico. “Esse mercado continua a ser um pilar essencial da indústria alimentícia. Observamos uma tendência crescente em direção à automação e otimização dos processos de produção. Nossas soluções, como embaladoras, seladoras, sistemas de pesagem, esteiras etc., estão alinhadas com essa demanda, contribuindo para aumentar a eficiência operacional, garantir a qualidade dos produtos e atender às regulamentações cada vez mais rigorosas”, afirma a Consultora de Vendas e Aplicações da RC Industrial.
“Estamos acompanhando os movimentos dos grandes grupos no mercado nacional e internacional e vemos este ser um sinal de grandes possibilidades. Para eles, é a forma de se posicionar melhor para o atendimento ao mercado externo. No mercado interno de alimentos, ganham as empresas regionais, que são tantas no Brasil. Para o mercado de máquinas, para o processamento, onde atuamos, é uma excelente notícia. Tanto por estarmos nos grandes grupos já há 10 anos, como para empresas de menor porte, que atuam no fornecimento regionalizado e estão espalhadas por todo o Brasil”, destaca o Consultor Técnico de Vendas da Fitmaq.
“O Brasil é uma referência em produtividade, qualidade e tecnologia nesse mercado. E todo este empenho do setor em busca de eficiência, qualidade e mais oportunidades, faz com que desencadeiem uma série de ações, e estas, beneficiam as pessoas na busca pelas melhorias sociais e financeiras, a novos setores que surgem para atender às demandas, e também às cidades envolvidas”, destaca o Gerente Comercial da Retenfor.
O Gerente Comercial da Propeller afirma: “Será um ano moderado por parte dos frigoríficos, como fornecedor, estaremos ofertando novos serviços ao segmento, dando mais opções aos clientes”.
O diretor de operações do Grupo Soma Solution destaca que a empresa oferece ao mercado máquinas de afiação industrial de altíssima qualidade para o setor frigorífico, com o melhor custo benefício do mercado. “Contamos com um rico portfólio para a indústria frigorífica, nos apropriamos de tecnologia e inovação ao distribuir no mercado nacional, produtos voltados para inspeção”.
“O mercado de refrigeração comercial segue crescendo, embora não no ritmo suficientemente necessário para cobrir as deficiências da cadeia da conservação e qualidade alimentar. Nesse aspecto, o Brasil tem um grande trabalho a ser feito pela frente”, destaca o Diretor de Vendas & Aplicação da São Rafael Câmaras Frias.
Aproveitando o gancho para discorrer sobre o mercado frigorífico, a Diretor da HC Hornburg levanta um ponto interessante. “Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 33% da produção mundial de alimentos é perdida por ano. Umas das razões é a ineficiência logística no transporte refrigerado e congelados que em alguns casos leva à contaminação dos alimentos provocando seu descarte. Por isso, ter os equipamentos com a manutenção em dia e as máquinas funcionando nos ajustes corretos é a forma que o transportador tem para contribuir com a redução do desperdício”.
Já o Gerente de Engenharia de Eletrofio aproveitou para falar sobre a preocupação ambiental por parte das autoridades. “As legislações ambientais devem ser mais rígidas nos próximos anos com respeito ao uso de fluidos refrigerantes que atacam a camada de ozônio ou afetam o aquecimento global, o que exigirá novos conceitos de projeto e instalação de sistemas frigoríficos. Grande parte dos fabricantes de equipamentos de refrigeração já está apta para atender estas novas demandas, porém, o usuário final ainda não se mobilizou para se preparar para este futuro que está tão próximo”.
O Diretor Presidente da Burntech Caldeiras também entra no tema, focando na questão da sustentabilidade. “Quando falamos do mercado frigorífico, é evidente para nós a relevância da eficiência energética e da sustentabilidade. Entendemos que as caldeiras desempenham um papel crucial nas operações dessas instalações. Por isso, nosso foco vai além de apenas cumprir normas rigorosas de qualidade e impacto ambiental. Estamos atentos para contribuir para a eficiência operacional e, consequentemente, para a redução de custos dos nossos clientes nesse cenário específico”.
www.rcindustrial.com.br
www.retenfor.com.br
www.fitmaq.com.br
www.somasolutions.com.br
www.propeller.eng.br
www. hchornburg.com.br
www.eletrofrio.com.br
www.saorafael.com.br
www. burntech.ind.br